AmarElo - Emicida

Se a música tem o poder de curar, AmarElo é um remédio necessário. Lançado em 2019, o álbum de Emicida não é só um marco no rap nacional, mas uma das obras mais importantes da nova música popular brasileira.

Um Manifesto de Afeto e Resistência

Neste disco, Emicida expande suas fronteiras criativas e nos convida a ouvir — e sentir — um manifesto de afeto, memória e resistência. Em meio a tempos de incertezas e discursos duros, ele propõe o oposto: um mergulho na empatia, na ancestralidade e na beleza de estar vivo.

Hinos que Curam: Faixas Essenciais

Logo na faixa-título, "AmarElo", o rapper se une a Pabllo Vittar e Majur, costurando versos de superação sobre o icônico sample de "Sujeito de Sorte", de Belchior. O resultado é uma canção poderosa que já nasceu clássica: "tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro, ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro".

O álbum é uma travessia por sentimentos que muitas vezes ficam calados. Em "Ismália", baseada no poema simbolista de Alphonsus de Guimarães, Emicida fala sobre saúde mental com lirismo e coragem. Em "Quem Tem Um Amigo (Tem Tudo)", divide os vocais com Zeca Pagodinho e celebra as redes de afeto que nos sustentam. Já "Principia", com Pastor Henrique Vieira e Fabiana Cozza, abre o disco com um convite espiritual: cuidar do outro é cuidar de si.

Além da Música: Um Projeto de Transformação

Mais que um disco, AmarElo é um projeto que se desdobra em filme, documentário e movimento. Tudo isso construído com a delicadeza de quem entende que arte é ferramenta de transformação. Emicida transforma o micro em macro, o cotidiano em poesia, o Brasil profundo em beleza.

Uma Experiência para Sentir

Este não é apenas um disco para ouvir. AmarElo é um disco para sentir, pensar, reler, chorar e renascer. Um convite à escuta atenta, ao carinho com as próprias feridas e à celebração da vida como ela é: complexa, dura, mas repleta de cor. Se você ainda não ouviu, coloque os fones, respire fundo e aperte o play.

Ouça AmarElo. Talvez você precise dele mais do que imagina.