Marcelo Yuka - Canções para depois do Ódio

2017 chegou e o Semeandomusica continua firme em seu propósito de convidar os amigos às boas audições e nesta primeira postagem do ano tenho a honra de inaugurar uma nova fase de colaborações... Onde a participação de quem se interessa pelo assunto será sempre bem vinda.

Para escancarar de vez a bagaça é com grata satisfação que vos apresento o texto de um brother das antigas, parceiro notívago e homem de talento que está aí nos corres da vida de músico numa cena nem sempre receptiva como é a nossa aqui em nosso Sergipe tão afeito as panelinhas e seus micro-universos... Esse cara como muitos outros que conheço tem talento de sobra e perseverança hercúlea... E pra esse o reconhecimento uma hora chega... Tem que chegar.

Fiquem agora com texto de Thiago Oliveira Nuts e como ele mesmo gosta de falar: Paz e Luz!

11 anos aguardando o novo disco do Marcelo Yuka, e num susto o bagulho surge na minha frente.

Desde seu último projeto musical, “Sangueaudiência”, primeiro e único CD do projeto F.UR.T.O (Frente Urbana de Trabalhos Organizados), que venho rastreando as coisas do Yuka, apesar do F.UR.T.O não ter estourado como banda, mas a cada nova audição do disco, recebia uma nova mensagem. Até que em 2011, no Palco Sunset do Rock In Rio 4, vejo o Marcelo Yuka com aquelas meninas a vontade no palco (Cibelle, Karina Buhr e Amora Pêra) e me veio uma lembrança explícita da tropicália. E duas canções que estão no disco novo, se arrastaram durante esses anos em minha mente: “AGORA NESSE MOMENTO” e “UM MINUTO ANTES DO FIM”. Ambas cantadas por Cibelle. Duas canções fortes e místicas, que assim que peguei o disco “CANÇÕES PARA DEPOIS DO ÓDIO”, que se chamaria “O íntimo versus o que intimida”, pensei em ir logo para as duas canções que me consumiam por dentro há tempos, mas já dei de cara com a faixa que abre o disco, “O dia em que o homem se cansa” e ouço a voz da bela Bárbara Mendes e daí em diante estou mergulhado até hoje dentro desse disco. Repleto de participações especiais, a começar pelo Dj e produtor Apollo 9, com quem divide a autoria de 5 das 16 faixas do disco: “Assim é a água”(Começa com Bruce Lee dando a maior lição para a humanidade, seja como a água.), “Myto”, “Agora nesse momento”, “Confusão” e “Um minuto antes do fim”. E continua a lista de participações: Bárbara Mendes, Bukassa Kabengele, Céu, Cibelle, Vick Lucato, Fellipe Mesquita, Ricô, Seu Jorge e Black Alien. O disco soa meio “Nine Inch Nails”, mas não tão pesado, misturado com Tropicália e Manguebeat. Pra quem não ouviu o F.UR.T.O, pode estranhar o disco devido a sua ambiência meio industrial. Vai ter que ouvir muito pra poder sacar as mensagens. Eu continuo dentro desse disco que tanto esperei e “Memórias Artesanais” tá fazendo minha cabeça. Kkkk! Busquem esse disco. 2017 já começou belo sonoricamente...