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Barro - Miocárdio

  • Eduardo Bedoia
  • 24. Nov. 2016
  • 2 Min. Lesezeit

Já dizia um novelista russo anarco-pacifista - "Para ser universal basta cantar o seu quintal"... e na minha simplória opinião poucos fazem isso tão bem quanto a galera de Pernambuco... E não é de hoje!


Parece que o antigo slogan levemente megalômano da Rádio Jornal do Commercio - "Pernambuco falando para o Mundo" - se misturou no DNA dessa galera que com seus níveis estratosféricos de orgulho de pertencer àquele quinhão do país e que muitos confundem com bairrismo, ufanismo e adjetivos afins conseguiu como desdobramento disso subverter a figura do eixo comercial do show business nacional criando conexões diretas entre seu polos produtores de cultura e os grandes centros da Europa e EUA.


Com Felipe Barros, ou simplesmente Barro como o cara escolheu ser chamado em sua nova jornada, não é diferente e apesar de para muitos ele se encaixe na condição de estreante na verdade sua presença na cena de Recife não é nada nova. Militando a mais de dez anos em diversas bandas da cidade, entre elas a Bande Dessinée e a Vermute.


O sujeito decidiu que já era hora de expressar sua arte por novos caminhos forjados por seus ponto de vista particular e suas experiencias e lançou seu primeiro disco solo, Miocárdio. Assim como o músculo responsável por bombear o sangue para oxigenar o cérebro o disco cumpre sua função orgânica oxigenando nossos tímpanos com sua verve pop o disco ao mesmo tempo que se projeta para o mundo não esconde ou faz questão de expor as influências regionais do autor como por exemplo em "Piso em Chão de Estrelas" e "Mata o Nêgo" onde ele atualiza o xote e o côco com pitadas de programações eletrônicas e poética diferenciada.


Acostumado à convivência com vários instrumentistas em diversos projetos, o artista arregimentou um bom punhado de músicos extras (Jam da Silva, Gilú, Maurício Fleury e Dengue), cantoras (Juçara Marçal, Lisa Moore, Serena Altavilla, Catalina García) e coprodutores (William Paiva, Rogério Samico, Ricardo Fraga e Guilherme Assis, tendo mais destaque o paulistano Gui Amabis, responsável pela produção de cinco faixas, Volver, Poliamor, Ficamos assim, Nouvelles vagues e Miocárdio).


Ao ouvir Miocárdio podemos dissecar quase que imediatamente uma estrutura de influências que parte de Luiz Gonzaga passando por Jackson do Pandeiro, Genival Lacerda, Alceu Valença e Ave Sangria até chegar a Lenine, Lula Queiroga, Chico Science, Fred 04 e Otto.


Leon Tolstói estava certo...




 
 
 

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