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Gil & Jorge - Ogum, Xangô

  • Eduardo Bedoia
  • 15. Nov. 2016
  • 2 Min. Lesezeit



Dando sequencia aos convites referentes à Semana da Consciência Negra o SemeandoMusica traz hoje uma jam que virou disco em 1975 e marca o encontro de duas riquíssimas fonografias brasileiras.


A ideia de colocar Gilberto Gil e Jorge Ben no estúdio para improvisar e gravar tudo e depois transformar em disco foi mais uma sacada genial de André Midani, então Presidente da Philips do Brasil, que atendendo a uma sugestão do produtor do guitarrista Eric Clapton promoveu em sua residência um jantar para recepcionar o músico inglês em visita ao país e chamou alguns músicos brasileiros para pudessem interagir. Para o jantar foram convidados Caetano, Rita Lee, Erasmo Carlos, e entre outros nomes, Gil e Jorge.


O próprio Midani descreveu aquela noite assim: “O Eric chegou com a guitarra dele, uma guitarra toda branca que na época fez todo mundo dizer ‘oooh’. Aí os meninos foram buscar cada qual um instrumento qualquer. O Caetano um violão, o Gil um violão, a Rita tomou emprestado um violão. Tinha esses que eu mencionei, tinha certamente o Erasmo, tinha o Cat Stevens também – era um grupo de certa qualidade. Teve um momento onde todo mundo se sentou no chão, e começaram, assim, como quem não quer nada, a tocar. De repente, o Cat saiu da roda, a Rita também, não sei se nessa ordem, saiu o Caetano. Eu sei que no fim ficaram Clapton, Gil e Jorge. Aí o Clapton disse: “para mim não dá mais”. E também saiu. Ficaram só Gil e Jorge e foi memorável, memorável”, completa.


Depois da jam Midani disse: “Eu fiquei tão impressionado, mas tão impressionado, que eu virei e disse pro (Armando) Pitigliani: ‘amanhã os dois têm que entrar no estúdio’. Não foi ‘amanhã’, claro, porque todo mudo foi dormir 5 horas da manhã, mas dois, três, quatro dias depois”, conta o presidente da gravadora à época.


O álbum duplo é marcado pela forte dose de experimentalismo e pelo improviso fruto do talento dos dois artistas que interagem entre si durante todo o disco e reza a lenda que a faixa que abre o trabalho "Meu Glorioso São Cristóvão" nasceu de um panfleto encontrado no chão do estúdio com a imagem do Santo e a sua oração no verso... Diante dessa obra prima da nossa música e apesar da riqueza contida nela tudo o que se possa ser dito silenciará a partir do momento em que o acetato girar na velocidade certa e o atrito com a agulha transformar o ruído em informação que basta amplificar para garantir a magia...


Mergulhe nesse portal e sinta o universo criativo desses dois expoentes da black music universal.






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