Mestre Madruguinha
- Eduardo Bedoia
- 10. Nov. 2016
- 2 Min. Lesezeit
É com entusiasmo que o Semeandomusica compartilha essa grata surpresa... A Banda Mestre Madruguinha e seu EP homônimo... disponível para downloads em http://mestremadruguinha.com.br/ep/ e vale muito a pena conhecer e fortalecer a empreitada dessa rapaziada.

A banda é composta por Adão Alencar: vocal, percussão, Alexandre Marreta: guitarra, Diego Aracaju: percussão, Edvan Aragão: bateria, Everton Mesquita: vocal, percussão, Jeca Seixas: vocal, percussão, Vinícius Chukro: baixo e vocal.
Em meio a uma atmosfera pra lá de caliente do Nordeste brasileiro o som da banda nos remete diretamente às noites não menos tórridas do norte do país. A sensação é de que vamos cada vez mais nos embrenhando pela floresta amazônica e quanto mais nos adentramos, menos podemos distinguir as fronteiras geopolíticas e muito menos as culturais. Tudo vai se misturando e o idioma, que para muitos poderia simbolizar um obstáculo fundamental à integração identitária da ampla região resultante da exploração colonialista da Península Ibérica à qual se convencionou chamar América Latina, termina por se diluir na riqueza rítmica com sua pulsação percussiva em diálogo fluente com melódicas guitarradas.

O EP foi lançado no início de novembro e o repertório é recheado de latinidades e a Cumbia aparece de com força, ora cantada num castelhano maroto, ora em bom português e com direito ao nosso sotaque deliciosamente perceptível pelos não praticantes obviamente... Tudo temperado com um balanço que deixa a libido eriçada, um som dançante pra curtir a noite inteira.
Meio que de forma despretensiosa a Mestre Madruguinha dá sua contribuição no processo de reconstrução de uma identidade latino-americana e parafraseando o poeta sem paradeiro, Belchior: Uma cumbia sergipana me vai bem melhor que blues.
Torço que esse projeto siga sua trajetória e ganhe rapidamente as grandes praças e os grandes públicos, mas até lá vamos baixando (http://mestremadruguinha.com.br/ep/) e tocando em frente porque a revolução não será televisionada.
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