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Michael Kiwanuka - Love & Hate

  • POR SILVIO ESSINGER
  • 25. Aug. 2016
  • 2 Min. Lesezeit

Numa época inundada por remakes, remixes e releituras, falar em sonoridade retrô pode provocar urticárias em quem procura novidade, porém nesse cenário o novo disco de Michael Kiwanuka soa como uma grata surpresa.


Se valendo de estéticas de um passado mais ou menos distante para expressar emoções genuínas, como fez Amy em “Back to black” ou Lenny Kravitz em “Mama said”, seu recente “Love & Hate”, segundo álbum solo do cantor, compositor e guitarrista inglês Michal Kiwanuka, tem as mesmas qualidades daqueles dois discos: alta exposição emocional, honestidade e canções com potência para conquistar o mais distraído dos ouvintes.


O artista de 29 anos, cujos pais escaparam da sanguinária ditadura de Idi Amin Dada em Uganda, milita no campo do folk-soul e não consegue esconder o débito a célebres antecessores como Bill Withers e Terry Callier. Mas não fica só na emulação dos ídolos a sua contribuição a 2016. O que ele fez no sucessor de “Home again” (seu comentado álbum de estreia, lançado em 2012) foi aprofundar-se na atmosfera musical do ano de 1971 em busca de um leito mais confortável para deitar os seus sentimentos.

Como pouquíssimos discos da época atual, “Love & hate” não tem pressa de se revelar. “Cold little heart”, a faixa de abertura, estende-se por (belos) cinco minutos de instrumentais e vozes, lembrando o bom e velho Pink Floyd, até que Kiwanuka apresente a canção, que tem forma frágil e simples, mas que não falha em seduzir.


“Black man in a white world”, a música seguinte (e primeiro single do disco), discute a desigualdade racial dos dias de hoje como se estivesse sendo cantada no Mississippi dos anos 1950 (embora com um adicional funky). É uma daquelas músicas inesquecíveis do álbum, tanto pela carga e emoção quanto pela adequação do arranjo. A dramaticidade quase trip-hop de “Falling”, a ternura de “Father’s child” e a desolação de “Rule the world”, nada disso tem a ver com o artificialismo do pop atual. “Love & hate” é material que vai, de fato, machucar os corações.


Qualifique sua sofrência!



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