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Getz/Gilberto - Ou como a Bossa me abriu a caixa de Pandora.

  • Autorenbild: Luiz Eduardo Bedoia
    Luiz Eduardo Bedoia
  • 16. Juni 2016
  • 2 Min. Lesezeit

Considerado o disco que popularizou a bossa nova em todo o mundo Getz/Gilberto tornou-se um dos álbuns de jazz mais vendidos de todos os tempos e o primeiro a receber o Grammy de Melhor Disco do Ano em 1965. Todas as gravações tornaram-se clássicas, incluindo "Desafinado" (Jobim/Newton Mendonça), "Corcovado" (Jobim), e sobretudo "Garota de Ipanema" (Jobim/Vinicius de Moraes), que, além de receber o Grammy de Melhor Canção do Ano, revelou a voz desconhecida de Astrud Gilberto, lançando-a no estrelato e popularizando para sempre a canção no mundo todo. "Doralice" (Dorival Caymmi/Antônio Almeida) e "Para Machucar Meu Coração" (Ary Barroso) reforçavam o respeito de Gilberto e Jobim à tradição sambista pré-bossa nova.


Durante as duas sessões de gravação vez por outra João Gilberto se impacientava com as sutilezas rítmicas do saxofonista e sem dominar a língua inglesa, disse a Tom Jobim: "Diga a esse gringo que ele é burro", ao que Jobim traduziu: "Stan, o João está dizendo que o sonho dele sempre foi gravar com você.”


Getz/Gilberto definiu a música brasileira às audiências norte-americanas para sempre, sendo considerado o disco seminal que popularizou a bossa nova no mundo todo. Jobim e Gilberto, que já sentiam o declínio do gênero no Brasil, começaram a ser reconhecidos no mercado internacional. Depois deste disco, que inaugurou a carreira fonográfica de ambos no exterior, vieram nada mais nada menos que Getz/Gilberto 2, Antonio Carlos Jobim, the composer of Desafinado, plays, Sinatra/Jobim, e outros.


Getz, no encarte do disco, comenta a crise artística e comercial que o jazz passava antes da Bossa Nova, apontando assim, o enriquecimento que o gênero norte-americano ganhou ao encontrar-se com o estilo brasileiro. Sem dúvidas, o alto número de vendas e a qualidade artística de Getz/Gilberto abriu caminho para que vários intérpretes e instrumentistas prestigiados da música norte-americana, notavelmente Ella Fitzgerald, Gerry Mulligan, Sarah Vaughan, Frank Sinatra, Coleman Hawkins entre outros, começassem a gravar canções de brasileiras.


Desta forma, em minha adolescência enquanto estudava teoria musical na centenária Lira Carlos Gomes, a Bossa me colocou em rota de colisão com o Cool Jazz de Stan Getz, Chet Baker, Miles Davis, etc...


Como sempre nutri o germe da curiosidade não parava de me perguntar sobre a origem daquela música totalmente estranha aos meus ouvidos e diria até que impopular em meu ambiente social. Em casa que eu me lembre os únicos discos exclusivamente instrumentais eram Ivanildo e seu Sax de Ouro e a Harpa Natalina... Comecei a puxar o novelo e fui me deparando com Bebop, Dixieland, Blues e no sentido contrário da linha o Free Jazz, Afro Cuban, Hard Bop, Funk, Fusion, Rock... foi amor à primeira audição. Foi como se tivesse olhado pelo buraco da fechadura e vislumbrado um mundo completamente novo e com tudo a ser explorado pela frente.


Abriu-se a caixa de Pandora!


Ouça com atenção... esse disco merece!






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