Elis & Tom
- Luiz Eduardo Bedoia
- 13. Juni 2016
- 2 Min. Lesezeit
Em clima de dia dos namorados o disco que trago hoje traz o amor em várias tonalidades, tudo emoldurado pela música que reinventou o Brasil como afirma Tom Zé: "Criando a bossa nova em 58 o Brasil foi protagonista de coisa que jamais aconteceu pra toda a humanidade. Seja na moderna história, seja na história da antiguidade... Quando o ano de 1958 começou o Brasil só exportava matéria-prima, o grau mais baixo da capacidade humana, mas no final desse mesmo ano, com a Bossa Nova, exportávamos Arte, que é o grau mais alto da capacidade humana". Para mim esse trecho de "Vaia de bêbado não vale" do fenomenal Tom Zé exemplifica bem o salto qualitativo que foi dado na história da nossa música com o advento da Bossa Nova.
Com o clima de romance no ar como não lembrar do estilo que melhor cantou o Amor, o Sorriso e a Flor?
Falar de Bossa Nova nunca é demais... Foi ela quem virou a chave que desencadeou o estalo me fazendo encontrar o fio da meada para começar a desenrolar o novelo da trama musical que formatou minhas escolhas...
Por tudo o que foi dito que trago agora um dos grandes discos da Música Popular Brasileira, um álbum antológico que selou um encontro de gigantes... Elis Regina Carvalho Costa e Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim.

O Disco Elis & Tom é de 1974 e nasceu da genialidade de André Midani, então Presidente da Philips do Brasil, para comemorar os dez anos de carreira da Pimentinha Elis... Até aí tudo bem, mas em se tratando de Elis nada era tão fácil quanto parecia e a gestação do algum foi de risco. Durante os ensaios em Los Angeles quase que a coisa desanda, mas graças ao traquejo e experiencia de Aloysio de Oliveira que mediou embate e fez o time de Elis entrar em campo/estúdio com Cesar Camargo Mariano, Luizão Maia, Hélio Delmiro, Paulo Braga e Chico Batera, com o reforço de Oscar Castro Neves.
Aparadas as arestas, os trabalhos começaram e cada música de Elis & Tom saiu mais linda que a outra. O show começa com a versão definitiva de “Águas de março”, em sensacional dueto com o Maestro Tom e daí em diante, Elis é a dona da bola. Suas interpretações de clássicos jobinianos como “Só tinha de ser com você”, “Corcovado”, “Retrato em branco e preto” (parceria de Chico Buarque, Tom Jobim e o poetinha Vinícius de Moraes), “Brigas, nunca mais”, “Fotografia”, “Chovendo na roseira” e “Inútil paisagem” são absolutamente definitivas.
Não dá pra viver sem ter ouvido esse disco... é simplesmente sensacional!
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