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Max de Castro - Samba Raro

  • Autorenbild: Luiz Eduardo Bedoia
    Luiz Eduardo Bedoia
  • 11. Juni 2016
  • 2 Min. Lesezeit

Samba Raro é um daqueles álbuns que cumprem sua função de mapear pequenos universos, neste caso, aquele habitado por fãs e conhecedores de Black Music mundial, mas com pós-graduação nas sonoridades negras imaginadas e executadas no Rio de Janeiro do fim dos anos 60 até meados dos anos 70, com ênfase no que conhecemos por Black Rio. Mais que isso: Max se propunha a pegar essa lógica adquirida de melodias, discos raros, peregrinações por sebos e um certo sentimento de justiça por ser feita e reempacotar tudo, com vistas a fazer um salto para o futuro.


Um disco naturalmente moderno apesar de já estar caminhado para a maioridade é totalmente contemporâneo, uma obra atemporal. Mesclando nuances do passado, ele insere elementos atuais, como Hip Hop, Drum'n'Bass, efeitos e loopings de todos os tipos, cores e tamanhos. Composto, tocado, gravado e produzido por Max, o que temos é uma pequena joia de improviso e realização.


As batidas que permeiam o disco são desconcertantes e bastante orgânicas apesar de eletrônicas. Cada faixa é uma pequena homenagem a um baluarte da música nacional, partindo da faixa título, dedicada a Jorge Ben, desaguando na angulosa e dançante Afrosamba, que pega emprestado nome e conceito diretamente de Baden Powell e cita sua clássica Canto de Ossanha, que ele gravou com Vinícius de Moraes em meados dos anos 60. Pra Você Lembrar, parceria de Max com Bernardo Vilhena cita explicitamente Sonhos de Um Carnaval, do primeiríssimo disco de Chico Buarque e a despe de qualquer esperança, trazendo um inesperado e inédito cenário de "carnaval cinzento" na cidade grande. Ela Disse Assim continua o passeio por essa galeria da música brasileira recente e conduz até Rapadura, com participação do grupo paulistano de Rap Camorra. A Banda Black Rio é a inspiração de Onda Diferente, graciosa e sensível como uma tarde de sol na Praia de Copacabana durante o outono. A parceria com Vilhena surge novamente em 1 Flash, que evoca décadas de música romântica brasileira, conectando a proposta com a malícia e o veneno necessários e por isso mesmo é dedicada a Carlos Imperial. 2 Bailarinas dá andamento através de uma recriação do que era conhecido como "Samba Pop" ou "Samba Rock", romântico, oblíquo e próximo de gente como Bebeto e Originais do Samba. Você e Eu é o desfecho de Samba Raro, segundo Max, nas notas sobre cada canção contidas no disco, um aceno à obra de Roberto e Erasmo Carlos, algo palpável no clima de romance implícito.


Perfeito pra esquentar o Sábado...

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