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Proscrito - Jards Macalé

  • Autorenbild: Luiz Eduardo Bedoia
    Luiz Eduardo Bedoia
  • 9. Juni 2016
  • 2 Min. Lesezeit

Jards Anet da Silva, o Macalé, é uma contradição ambulante. De personalidade fortemente contestadora, não hesita em se dizer patriota, ordeiro, pontual e estudioso. Formado na melhor tradição da música popular e erudita, protagonizou ou coadjuvou alguns dos maiores distúrbios contraculturais da história desse país. É parceiro de uma lista impressionante de magníficos poetas, cineastas, artistas plásticos, músicos e gente de teatro. Mas ainda tem o seu papel na cultura brasileira incompreendido.


Seu disco de estréia, o homônimo Jards Macalé de 1972, é um dos trabalhos mais inusitados da música brasileira. Um disco difícil de ser conceituado, mas que não deixa de ser genial e ainda assim é frequentemente relegado ao esquecimento.

Feito após Jards ter passado por experiências diversas como músico, o álbum marcava sua transição para a via pop, revolucionando a música brasileira ao mesclar rock, samba, eruditismo, jazz, bossa-nova, tropicalismo, melancolia e sofrimento em doses cavalares.


Com pegada minimalista, Jards no violão, o lendário Lanny Gordon no violão solo e no baixo e Tutty Moreno na bateria, o disco traz uma sonoridade ousadamente sendo taxado de anti-comercial com suas letras que chegam a soar punks. O LP abre a caixa de Pandora com "Farinha do desprezo", passando por "Mal secreto", "78 Rotações" e "Let's play that" entre outras que compõem essa joia rara.


A ousadia custou caro: Jards Macalé acabou tendo pouca tiragem e logo foi tirado de catálogo. O cantor iniciou uma série de shows, mas continuava com problemas de colocação no mercado. Em 1973, liderou na Philips um misto de show-disco coletivo, O banquete dos mendigos, feito por ele e por vários amigos para comemorar o aniversário de 25 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem e, de quebra, ajudar a tirar a conta de Macalé do vermelho: o show foi feito, mas o disco ao vivo acabou sendo completamente censurado e só liberado em 1979, mas isso como diz o Gavin já é uma outra história...


Aqui no ‪#‎semeandomusica‬ os proscritos também tem vez e voz... permita-se experimentar o inusitado, pois é um bom método para turbinar suas sinapses. Sempre com volume no talo!



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