Maria Bethania - 1978-Álibi
- Luiz Eduardo Bedoia
- 5. Juni 2016
- 1 Min. Lesezeit

Confesso que demorei um pouco a escolher um disco dessa Senhora, pois tudo que nasce dela é sempre bom, diferenciado e de altíssima qualidade.
Escolhi Álibi para ser o primeiro, pois certamente ela aparecerá aqui no blog com certa frequência, mas Álibi é o primeiro disco de uma cantora brasileira a ultrapassar a marca de 1 milhão de exemplares vendidos e isso não é pouca coisa... é retrato de uma época em que apuro técnico andava junto com reconhecimento papular.
Gilberto Gil certa vez definiu a voz de Bethania como "a fricção entre o tudo e o nada" e eu além de achar bonito e poético entendi imediatamente o que ele quis dizer, pois quando ela canta não se sabe de onde vem aquela voz, como é possível aquela voz, como é marcante aquela voz... Sempre pensei assim ao ouvir Bethania desde a infância quando colocava a agulha nos seus vinis e esperava a magia começar porque seu timbre vem de algum lugar que é canalizado para ela transformando a vibração sonora em música das esferas.
Foi com Álibi que, pouco tempo depois quando comecei a tentar desenrolar o novelo da música popular brasileira, descobri o que era o samba-canção. Estilo de atmosfera muitas vezes soturna e tão desdenhado pelo pessoal do Sinatra-Farney Fan Clube (que em poucos anos engendrariam a Bossa Nova) e que ao cruzar sua rota com Maria Bethania ganhou uma dose cavalar de carga dramática.
Não por acaso casei-me com uma fã fervorosa dela, comungamos desse vício e nutrimos o firme propósito de assistir essa magia ao vivo... Amor esse disco é pra você.
Não deixe de ouvir...
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